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Buscar

Amor ou Idealização? O Que Está Fazendo Você Sofrer?


Casal Gay

Imagine abrir o Grindr. Uma grade infinita de perfis, cada um uma possibilidade, especialmente se você tiver a versão paga. No início, a busca é excitante – uma conversa que parece promissora, a expectativa de algo mais que o virtual. Mas, de repente, a pessoa some. E você? Já está no quinto perfil, pulando de uma conversa para outra, em busca de algo que parece sempre escapar. Depois de uma hora e meia, já é tarde. Você se resolve sozinho e vai dormir.

Essa cena pode parecer banal, mas reflete um padrão maior: a dificuldade de construir conexões genuínas. Em algum momento, você já quis mais do que isso. Já sonhou com um relacionamento estável – alguém que faça compras no supermercado ao seu lado, te ajude a guardar as sacolas, comemore suas conquistas, planeje uma viagem inesquecível pela Europa, ou até compartilhe votos em uma cerimônia de casamento.

Mas, convenhamos, essas ideias muitas vezes ficam em segundo plano. Dá trabalho. A pessoa "certa" nunca aparece, e quando aparece, logo surge a dúvida: será que não tem alguém melhor? Esse ciclo contínuo de busca pode ser tão desgastante quanto aquele lobo que, em meio a tantas ovelhas, corre atrás de várias sem nunca capturar uma.


O Peso das Expectativas

Você também tem suas preferências, mesmo que não as verbalize abertamente. Quer alguém ativo, passivo ou versátil, bonito, independente, com uma renda parecida com a sua. Que seja apaixonado, atenda às suas necessidades emocionais, tenha o mesmo posicionamento político, torça para o mesmo time e compartilhe a mesma admiração pelas divas pop.

Mas e quando essa pessoa aparece – ou parece aparecer – e ainda assim você sente que pode haver outra opção melhor? Vivemos em uma era de escolhas infinitas, mas será que tantas opções estão nos deixando mais felizes ou apenas mais insatisfeitos?


Relacionamentos e Realidade

Há também a pergunta inevitável: por que se relacionar? Hoje, as conexões amorosas são frequentemente baseadas no critério da paixão – um sentimento intenso, mas efêmero. Antigamente, relacionamentos serviam para garantir estabilidade financeira, alianças familiares, ou perpetuar tradições. Hoje, preferimos nos guiar pelo amor, mas esquecemos que a paixão, sozinha, não sustenta uma relação.

Amar é mais do que sentir; é agir. Quando as projeções idealizadas se desfazem e o outro se revela como uma pessoa real, com falhas e limitações, o que mantém vocês juntos? É aí que entra o desafio: sustentar o amor como uma escolha, uma responsabilidade.


Construindo Algo Maior

Relacionamentos amorosos têm um papel fundamental na nossa sobrevivência emocional e social. Mesmo com todas as críticas ao modelo heteronormativo, que pelo menos na terioria se propõe a construir uma família enquanto núcleo da sociedade, ele carrega uma verdade que se aplica a qualquer tipo de relação: precisamos de projetos em comum para construir algo sólido. Isso exige disposição para lidar com as imperfeições do outro e, em certos momentos, abrir mão de possibilidades que parecem mais atraentes.

Afinal, estar ao lado de alguém é assumir um compromisso – com a pessoa que ela é hoje, e não com a fantasia do que poderia ser no futuro. O que significa para você estar presente, ser responsável e cuidar de uma relação?

Lembre-se: o amor vai além do encantamento inicial. Ele se revela na ação, na presença e na escolha consciente de permanecer, mesmo diante das adversidades. Como disse o filósofo Alain de Botton, “compatibilidade não é algo que você encontra, mas algo que você constrói”.


E você, está disposto a construir?

E você não precisa estar disposto!

 
 
 

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